A história do Rio em imagens
Imagens preciosas e raras do Rio de Janeiro podem ser vistas em um documentário que homenageia os 450 anos da cidade, como em um álbum de fotografias.
Por: Giulia Saletto / Fotos: Reprodução
Imagens preciosas e raras do Rio de Janeiro podem ser vistas em um documentário que homenageia os 450 anos da cidade, como em um álbum de fotografias, O Rio Por Eles: O Rio de Janeiro que os brasileiros nunca viram na tela, do jornalista Ernesto Rodrigues, professor do Departamento de Comunicação, é uma memória de parte da vida da ex-capital federal do país. Exibido no Festival do Rio deste ano, o longa-metragem faz um passeio por diferentes épocas e mostra um dos cartões postais do Brasil que, antes de tudo, envolve uma aula de história, de política e de costumes.
O longa-metragem, de 90 minutos, reúne uma variedade de arquivos que mostram o Rio do século XX pelo olhar de estrangeiros. Para montar este imenso painel, o jornalista fez um resgate emocional sobre os personagens e acontecimentos que fizeram parte da trajetória da Cidade Maravilhosa e que jamais foram vistos antes por brasileiros.
No total, foram usados 203 trechos de 127 filmes, cinejornais, reportagens e filmagens brutas. Rodrigues procurou material em mais de 20 países, mas a maioria dos registros foi encontrada no banco de dados do Instituto Nacional de Audiovisual (INA), na França. Além de arquivos franceses, foram utilizadas gravações produzidas por japoneses, russos, alemães, colombianos e americanos - alguns até com som original. Para isso, foi necessário contratar tradutores naturalizados para compreender melhor o áudio de cada arquivo e dar sentido a eles.
A ideia para o projeto surgiu ainda na virada do milênio, quando o diretor percebeu a falta de filmagens nacionais que abordavam momentos importantes ou corriqueiros no país. Ele ainda constatou que grande parte dos registros nacionais de TV que existiam desapareceu ou foi destruído por incêndios ou por falta de conservação adequada. Surpreso, o documentarista teve a ideia de procurar arquivos fora do Brasil e fazer um retrato do Rio de Janeiro pelo olhar dos estrangeiros
O projeto inicialmente era para ser uma série, exibida em episódios pela TV Globo, mas depois foi transformado em um longa-metragem com narração de Pedro Bial. E, ao ter apoio da emissora, Rodrigues foi atrás de filmagens espalhadas pelo mundo que tivessem retratado algum momento histórico na capital fluminense. Para este trabalho de garimpagem, ele foi auxiliado pelo historiador Paulo Rubens Sampaio.
– Foram dois anos de pesquisa. Usávamos palavras chaves para buscar em bancos de dados qualquer arquivo ou filmagem que havia sido feita no Rio de Janeiro. E, aí, foi mais de um ano assistindo a todos os 900 registros. Eu ia organizando eles em uma planilha que definia qual tinha que ser comprado para ontem e quais não eram tão interessantes assim – explica.
Segundo o diretor do filme, a maior preocupação era encontrar imagens raras e valiosas que nunca haviam sido vistas por brasileiros e preservadas até hoje por estrangeiros.
– Eu tentei ser eclético, e não pegar os clichês de sempre. Claro que tem o futebol e o Carnaval, mas tentei ao máximo mostrar imagens raras e novas, privilegiando sempre os arquivos originalmente estrangeiros e surpreendentes.
O professor sempre foi apaixonado por história e, quando constatou que esse trabalho de recuperação de imagens não havia sido feito por ninguém, resolveu mergulhar de cabeça nas pesquisas. Rodrigues elege a história política da cidade como a parte mais interessante. Cenas do dia do Golpe Militar e da passeata improvisada em Ipanema com o ex-presidente Juscelino Kubitschek são as favoritas do diretor.
– Eu sempre amei política e cobri muito disso quando era jornalista. Lembro de ficar indignado porque nos arquivos nacionais só haviam duas ou três filmagens sobre o dia do Golpe da Ditadura. Quando vi aquelas imagens novas foi sensacional.
De acordo com Rodrigues, o trabalho árduo e intenso de pesquisas valeu a pena e virou uma viagem agradável pelo tempo, em que o texto se tornou secundário, e o Rio de Janeiro o personagem principal do longa-metragem.
– Não é uma história contada com início meio e fim. É uma viagem fantástica em um álbum de fotografias com imagens raras e nunca vistas. Nem nos meus sonhos imaginei que tanta gente se interessaria por um documentário de arquivos em preto e branco.
Imagens preciosas e raras do Rio de Janeiro podem ser vistas em um documentário que homenageia os 450 anos da cidade, como em um álbum de fotografias.
Por: Giulia Saletto / Fotos: Reprodução
Imagens preciosas e raras do Rio de Janeiro podem ser vistas em um documentário que homenageia os 450 anos da cidade, como em um álbum de fotografias, O Rio Por Eles: O Rio de Janeiro que os brasileiros nunca viram na tela, do jornalista Ernesto Rodrigues, professor do Departamento de Comunicação, é uma memória de parte da vida da ex-capital federal do país. Exibido no Festival do Rio deste ano, o longa-metragem faz um passeio por diferentes épocas e mostra um dos cartões postais do Brasil que, antes de tudo, envolve uma aula de história, de política e de costumes.
O longa-metragem, de 90 minutos, reúne uma variedade de arquivos que mostram o Rio do século XX pelo olhar de estrangeiros. Para montar este imenso painel, o jornalista fez um resgate emocional sobre os personagens e acontecimentos que fizeram parte da trajetória da Cidade Maravilhosa e que jamais foram vistos antes por brasileiros.
No total, foram usados 203 trechos de 127 filmes, cinejornais, reportagens e filmagens brutas. Rodrigues procurou material em mais de 20 países, mas a maioria dos registros foi encontrada no banco de dados do Instituto Nacional de Audiovisual (INA), na França. Além de arquivos franceses, foram utilizadas gravações produzidas por japoneses, russos, alemães, colombianos e americanos - alguns até com som original. Para isso, foi necessário contratar tradutores naturalizados para compreender melhor o áudio de cada arquivo e dar sentido a eles.
A ideia para o projeto surgiu ainda na virada do milênio, quando o diretor percebeu a falta de filmagens nacionais que abordavam momentos importantes ou corriqueiros no país. Ele ainda constatou que grande parte dos registros nacionais de TV que existiam desapareceu ou foi destruído por incêndios ou por falta de conservação adequada. Surpreso, o documentarista teve a ideia de procurar arquivos fora do Brasil e fazer um retrato do Rio de Janeiro pelo olhar dos estrangeiros
O projeto inicialmente era para ser uma série, exibida em episódios pela TV Globo, mas depois foi transformado em um longa-metragem com narração de Pedro Bial. E, ao ter apoio da emissora, Rodrigues foi atrás de filmagens espalhadas pelo mundo que tivessem retratado algum momento histórico na capital fluminense. Para este trabalho de garimpagem, ele foi auxiliado pelo historiador Paulo Rubens Sampaio.
– Foram dois anos de pesquisa. Usávamos palavras chaves para buscar em bancos de dados qualquer arquivo ou filmagem que havia sido feita no Rio de Janeiro. E, aí, foi mais de um ano assistindo a todos os 900 registros. Eu ia organizando eles em uma planilha que definia qual tinha que ser comprado para ontem e quais não eram tão interessantes assim – explica.
Segundo o diretor do filme, a maior preocupação era encontrar imagens raras e valiosas que nunca haviam sido vistas por brasileiros e preservadas até hoje por estrangeiros.
– Eu tentei ser eclético, e não pegar os clichês de sempre. Claro que tem o futebol e o Carnaval, mas tentei ao máximo mostrar imagens raras e novas, privilegiando sempre os arquivos originalmente estrangeiros e surpreendentes.
O professor sempre foi apaixonado por história e, quando constatou que esse trabalho de recuperação de imagens não havia sido feito por ninguém, resolveu mergulhar de cabeça nas pesquisas. Rodrigues elege a história política da cidade como a parte mais interessante. Cenas do dia do Golpe Militar e da passeata improvisada em Ipanema com o ex-presidente Juscelino Kubitschek são as favoritas do diretor.
– Eu sempre amei política e cobri muito disso quando era jornalista. Lembro de ficar indignado porque nos arquivos nacionais só haviam duas ou três filmagens sobre o dia do Golpe da Ditadura. Quando vi aquelas imagens novas foi sensacional.
De acordo com Rodrigues, o trabalho árduo e intenso de pesquisas valeu a pena e virou uma viagem agradável pelo tempo, em que o texto se tornou secundário, e o Rio de Janeiro o personagem principal do longa-metragem.
– Não é uma história contada com início meio e fim. É uma viagem fantástica em um álbum de fotografias com imagens raras e nunca vistas. Nem nos meus sonhos imaginei que tanta gente se interessaria por um documentário de arquivos em preto e branco.